Canta fado desde miúda e chega, adolescente, às colectividades de bairro e ao Parque Mayer, espectáculos ao ar livre. Em 1932, é a grande revelação da opereta “Fonte Santa” e, em Janeiro de 1933 estreia-se na revista “Feijão Frade” e, com tal sucesso, que logo nesse ano aparece em mais... seis. Em 1934 experimenta a comédia – “A Bisbilhoteira” e “O Senhor Doutor”, no T. Variedades – e não destoa. Mas em Dezembro está, de novo, na revista “Zé dos Pacatos” onde lança o fado “A Tendinha”. De 1935 são “Café com Leite”, no T. Apolo, “Sardinha Assada”, no T. Variedades, “Olha o Balão!”, no T. Avenida e a opereta “Coração de Alfama”, texto de Alberto Barbosa, José Galhardo, Vasco Santana e Amadeu do Vale, no T. Variedades. Hermínia já não é apenas uma cantadeira, mas uma actriz das que sabem ter o público na mão. A rábula “Marinheiro Americano” e o divertido fado homónimo que Amadeu do Vale escreveu para música de Marceneiro, colocam Hermínia lá muito em cima na popularidade e fixam-na, definitivamente, como detentora de um estilo próprio que permite, para além dos modos tradicionais, fados pícaros, paródicos. E, de degrau em degrau, Hermínia Silva vai subindo a escada do estrelato, o seu nome cada vez mais alto nos cartazes de revista, até que, no fim da década, já é primeira figura. É nesse período ascensional que se estreia no cinema.